terça-feira, 25 de junho de 2013

O primeiro romance do mundo é japonês

Genji entrega uma boneca a Murasaki no Ue
Olá pessoal, há quanto tempo hein? Bem voltei aqui para contar sobre o primeiro romance do mundo, neste primeiro post escrevo mais sobre o que é a história e algumas curiosidades históricas. Pretendo escrever mais em outros posts para não ficar muito cansativo. Espero despertar a vontade em vocês de lerem essa magnífica história.
Genji Monogatari (源氏物語), ou O Conto de Genji, é uma obra japonesa escrita no período Heian ( 794-1185) por Murasaki Shikibu e conta as aventuras amorosas de Genji, o "Príncipe Radiante". Considerada uma obra-prima da literatura japonesa, o romance foi escrito por uma mulher numa época em que poucas mulheres, mesmo as da corte imperial, tinham livre acesso ao conhecimento.
O primeiro romance do mundo tem 54 capítulos e foi escrito de forma episódica, cada capítulo era entregue as damas da corte a medida que foram terminados. A obra foi muito apreciada pelos membros da corte imperial e no ano de 1010 foi concluída.
Os personagens que compõem a obra tem um desenvolvimento psicológico complexo. O protagonista Genji, é filho do imperador e um ideal cortesão Heian, bonito e bom nas expressões artísticas como música, poema e dança. Porém, o foco da história não são as futilidades da corte do período Heian, mas sim a arte de amar.
As mulheres de Genji podiam ser tanto damas da alta corte quanto mulheres desconhecidas de níveis mais baixos que viviam na capital. Murasaki Shikibu retrata a força das mulheres, que só são vulneráveis aos homens dado os costumes da época. Os casamentos eram realizados por interesses de ascensão econômica, prestígio ou hierárquica da família, raramente estando junto de quem ama.
O conto de Genji mostra muito sobre a vida das mulheres e do próprio período Heian, em uma corte imperial era poligâmica, as aventuras dos homens eram constantes e muitas vezes as mulheres eram deixadas esperando, já que não podiam ter contato com o mundo de fora. Sempre esperando o amado chegar de uma longa viagem.
O livro já foi traduzido para diversas línguas como inglês, espanhol e inclusive em português de Portugal. Para quem quiser ler terá que importar, pois ainda não foi lançado por aqui. Uma dica algumas livrarias importam se fizer o pedido, como a leitura por exemplo. No próximo post falarei sobre as adaptações para anime e dorama.

 Até a próxima!!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Livro: As melhores lendas japonesas

Oi pessoal, hoje vim indicar um livro super legal para quem ama cultura tradicional japonesa. É o livro "As melhores lendas japonesas" escrito por Carmen Seganfredo, e publicado pela editora Artes e Ofícios. O livro conta de uma maneira bem informal algumas das lendas da terra do sol nascente.
As lendas variam bastante conando sobre samurais, sobre a 'esperteza' humana e nesse caso há sempre uma moral, até as lendas ligadas aos mitos japoneses, que são os seres divinos e sobrenaturais como o Kappa, Kami (deuses), onis (seres do mau), tengu e kitsune (animais divinos) os quais  aprofundar em outro post.
O livro é uma continuação d'As melhores histórias da mitologia japonesa, o qual eu ainda não tenho mas pretendo ter em breve. É preciso esvaziar a cabeça de todos os seus preceitos religiosos, pois muitas lendas estão ligadas ao Xintoísmo, então o melhor é encarar como as lendas que emos por aqui do saci, mula sem cabeça etc.
Bem, falando da estrutura do livo eu gostei muito, não chega a ser capa grossa mas tem uma boa brochura e tem orelhas grandes, as folhas são grossas e a capa tem uma arte linda com letras em alto relevo. Uma das vantagens é que cada lenda fecha um capítulo, então você pode ler a lenda que preferir e ler enquanto leem outros livros.
Espero que tenham gostado e ´por favor comentem suas lendas favoritas aqui, quem sabe eu faço um post falando do personagem de sua lenda.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Cem poemas dos Cem poetas

Murasaki Shikibu poema 57
O Hyakunin Isshu Ogura é uma famosa compilação de 100 poemas escritos por 100 poetas durante o período Heian (794-1185), os poemas foram escolhidos pelo nobre Fujiwara no Teika *Sadaie* (1162-1241), para decorar as paredes de uma casa no destrito de Ogura e foi revisada por seu filho Fujiwara no Tameie. Os poemas estão em ordem crescente indo Imperador Tenji ap Imperador Juntoku.
A Era Heian frecebeu esse nome por sua capital Heyan-Kyo (atual Kyoto) e foi marcada pela aristocracia, pelo desenvolvimento das influências chinesas como o budismo e até mesmo a própria poesia e a literatura.
Os poemas são escritos em tankas (compostos por 31 sílabas) e na forma poética waka, o qual descreve as emoções em vez de explicá-las o que difere da poesia ocidental. É uma forma de escrita muito antiga, vinda mil anos antes do haiku, os poemas orientais usualmente conhecidos e que possuem 17 sílabas. Ainda hoje a família imperial japonesa realiza um concurso anual com esse estilo de poesia.
A maioria dos poemas são sobre amor -43 deles- e foram escritas em forma de cartas, o restante falava sobre a natureza e as estações do ano. Todos os poemas foram escritos por alguém que fazia parte da corte imperial, pois naquela época era suposto que os mais pobres não soubessem nada sobre arte.
O Hyakunin Isshu Ogura é tão popular que influenciou outras compilações como o Buke Hyakunin Isshu (Cem poemas de cem samurais) e Aikoku Hyakunin Isshu (Cem poetas de Cem patriotas). Além de ser a base de criação do jogo Karuta, explicado aqui anteriormente. 
Ficaram curiosos? Nesse site tem os 100 poemas escritos em kanji, romaji e inglês. Existe ainda um mangá/anime muito legal chamado Chouyaku Hyakunin Isshu: Uta-Koi, escrito por que conta de forma bem liberal as histórias por trás dos poemas de amor. Segue o trailler, o anime foi legendado em português pelo Dollars Fansub.

Dos poemas descritos nos episódios um dos meus poemas preferidos foi escrito pelo Imperador Yozei, que era um tirano, mas conseguiu fazer um dos poemas mais lindos que já li. Vale dizerque a maioria dos poemas são em duplo sentido, quando estão em japonês, e por isso é muito difícil a sua tradução.

"Assim como o riacho que desce da montanha Tsukuba vai ganhando força até se tornar um rio, meu amor também cresce devastadoramente."

田子の浦に
うちいでて見れば
白妙の
富士の高嶺に
雪はふりつつ

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

As lanternas orientais

Yo minna-san, hoje vim falar de um elemento muito importante na decoração japonesa e que é muito conhecido no ocidente, as tradicionais lanternas de papel. Comum no ocidente por ornamentar estabelecimentos e festivais orientais as Chouchin (ちょうちん)-lanternas- são originárias da China e datam de mais de 2000 anos, tendo desde então sua tradição espalhada por todos os países asiáticos principalmente através do budismo com cerimônias, casamentos etc.
Sua principal utilidade era originalmente iluminar o caminho antes do surgimento da energia elétrica, usando papel ou seda com uma vela dentro. 
Bonbori
Hoje em dia as lanternas ainda são feias de maneira artesanal utilizando os materiais tradicionais o papel, seda e o bambu ou ainda utilizar arames e vinil, o qual é mais resistente. Possui diversos tamanhos, cores e enfeitesalguns contendo caracteres chineses escritos a mão.
Há dois tipos de lanternas: Bonboris e Chouchin Moji
Chouchin Moji
As bonboris são utilizadas em casa ou templos, sustentadas por uma base verical e funcionam como uma luminária para ambientes internos. Assumindo formas hexagonais, quadradas ou mais arredondadas. As Chouchin Moji são as mais comuns para os ocidentais, com uma aparência  esféricas são encontradas em festivais e templos, com uma aparência cilíndrica são geralmente utilizadas em bares e restaurantes, possuem ainda decoração com caracteres chineses.

Em Kamakura, província de Kanagawa, é realizado todos os anos um festival popular chamado Bonbori Matsuri (ぼんぼり祭り), no Santuário Xintoísta Tsurugaoka Hachiman-gu. Cerca de 400 bonboris são criados por artistas especialmente para a ocasião.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Tatami: O piso tradicional japonês



Desde os tempos antigos os japoneses utilizam o tatami (畳) como piso para suas casas, as quais antigamente eram feitas de madeira. Com a introdução do estilo de vida ocidental no Japão com mais intensidade a partir  do séc XX, a forma de construir as casas mudou e passou a ser feita de concreto, mas ainda é possível encontrar o estilo japonês em alguns lugares das casas, como onde deixar o sapato por exemplo.
O tatami é outro elemento que não mudou, casas tradicionais ainda possuem muitos pisos feitos de tatami e grande parte das casas japonesas modernas ainda possui pelo menos um cômodo com o piso tradicional japonês.
A palavra tatami significa dobrado e é tradicionalmente feito de palha de arroz prensada e revestida com esteira de junco e uma faixa de tecido nas bordas, tem como tamanho tradicional 90cmx1,80x5cm. O tamanho dos cômodos é medido pelo número de tatamis utilizados.
Nos cômodos em que o piso é feito de tatami deve-se entrar com meias ou os pés descalços. Para limpar estes locais não pode utilizar água nem lavar a seco, deve-se limpar com aspirador de pó com bocal de cerdas naturais ou passar um pano seco.
Além das casas é comum encontrar piso de tatami tradicional em templos, lugares onde realiza-se o chanoyu e em academias de treinamento de lutas orientais.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O vento divino

Yo minna! Creio que muita gente já ouviu falar nos Kamikazes da segunda guerra mundial, mas poucos conhecem sua verdadeira origem e significado. Pois bem Kamikaze que significa vento divino (kami - deus e kaze - vento) é na verdade o nome de um tufão que atingiu a costa de kyushu - ilha do extremo sul do Japão- no ano de 1281, quando o país estava prestes a ser invadido por frotas do império Mongol liderada por Kublai Khan, impedindo que fossem atacados.

A Grande Onda de Kagawa - katsushika Hokusai

Os Kamikazes da segunda guerra surgiram em razão do orgulho japonês, os quais sempre ganhou as guerras que travava. Quando os Estados Unidos começou a bombardear o Japão, após o ataque à base de Pearl Harbor, os japoneses não tiveram chance frente ao bombardeio americano e começou a sofrer derrotas uma atrás da outra e terríveis baixas em seu exército, chegando a perder 130.000 homens em uma única batalha.
Para que o povo japonês não perdesse a vontade de lutar a imprensa, assim como o próprio imperador Hirohito, estimulava -os exaltando a glória na morte de seus companheiros e trazendo referencia do passado, da época dos samurais onde morrer em defesa do seu mestre era uma honra.
Naquele momento a guerra estava praticamente perdida, então os Kamikazes surgiram a partir desse espírito de luta resgatado da sua época gloriosa, juntando ao fato de sempre subjugarem seus inimigos. Portanto não deixariam que os americanos vencessem, mesmo que isso significasse o fim de sua vida.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Dica de vídeo: Tsubasa - I Love Japan

A cantora japonesa Tsubasa apresenta um programa online intitulado I Love Japan, que apresenta curiosidades e dicas de turismo. O programa não é só dirigido para o público japonês e sim para o mundo todo, no vídeo pode-se perceber que ela citando os fãs de outros lugares em relação a cultura pop do Japão. 
Confiram o primeiro episódio!!